terça-feira, 6 de julho de 2010

Passo




Mil passos calados
Me guiam para longe
Sem saber ao certo
Destino ou sorte

Praguejo, esmoreço... sigo.
Numa travessia imprecisa
Teço círculos.
Confundo-me.
Acerto o passo.
O ritmo oscila entre poente e nascente.
Paro e me revigoro
no vigor do abandono,
Me ponho em prontidão.

 
Em dias amenos sou leve e
passo
Noutros pouso,

e como ave, num vício triste de liberdade,
Sempre parto batendo asas,
antes que comece a gostar.


 

5 comentários:

Cheff Courgette disse...

Talvez o mais revigorante da vida sejá o fato de ela não ser liner... Talvez não... Talvez não tenhamos forças para prosseguir ou talvez tenhamos medo de nos entregar... E vida é feita de talvezES que nos confundem mas que nos mantém vivos...


Ahhhh, e vc ainda vem me chamar de cult? Eu só tenho a cara... Vc tem a essencia... =D

Click disse...

Mas você melhorou muito desde a última vez quando eu te li há muito tempo! Muito e muito bom esse poema!

Tat_Ce disse...

Lindo Poema. Sim, você conseguiu escrever a fórmula perfeita do ser humano. Que ser humano nesse mundo não é cheio de dúvidas, medos...Creio eu que nenhum não é???Rs... Senti paz na leitura, e vou te dizer: já li muita coisa que dizem ser boa e não senti paz.
Isto é um elogio. Certo? Rs...

André Lourenço disse...

Delicado e denso, muito bom. Pretendo ler seu blog com mais frequencia.

Marcelo Bruno disse...

Nossa, bem delicado e forte ao mesmo tempo.

Que lindo!!