terça-feira, 31 de julho de 2007





(Barbara Maciel Campos)


Perto do Coração Selvagem


Clarice Lispector




Hoje terminei mais um livro de Clarice, "Perto do Coração Selvagem" foi o seu primeiro livro, escrito quando ainda era estudante da faculdade nacional de direito, em 1944, quando tinha dezessete anos.

Antes de me aventurar nessa leitura, quase que inconcientimente, pensei : bom... esse foi o começo de um gênio da literatura, não posso fazer uma leitura branda, é necessário criar em mim uma análise crítica para realmente fazer uma boa comparação com os outros livros da autora até então lindos por mim , "Uma aprendizagem ou livro dos prazeres"; "A via crucis do corpo" e "laços de família".
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Ledo engano, de nada valia criar paralelos entre personagens, colocar Lori diante de Joana, muito menos Otávio perante Ulisses. Dentre as obras o que fica é a Magma Linguagem de Clarice. Um sutil deleite de raciocínio e sonoridade, uma expressividade que transfigura o traço de menor relevo, o movimento mais vulgar em singularidade. Ela coloca a analise psicológica no centro de todos os seus enredos, não basta as mudanças externas e práticas, o ponto ápice sempre está contido na analise psicológica. O mundo corre e gira, mas só muda na particularidade da mudança do indivíduo.

segunda-feira, 30 de julho de 2007


(Barbara Maciel Campos)

Gustav Klimt - Danae
Uma mulher retratada por um homem, o que tem essa pintura de extraordinário?... Mais um quadro de gustav Klimt,... mais uma musa, mais um busto a mostra... porém o que a torna tão atraente, seus traços tão significativos, suas cores em catarse? Como pode me agradar tanto se dela escapam meus preceitos de beleza, se fogem as temáticas que zelo preservar. Onde está o "Que recolhe todo sentimento/ E bota no corpo uma outra vez " como diz a música de Chico Buarque. O que nego me parece tão familiar, e é essa a questão.

Na realidade, versos são deslumbres, como pinceladas em tela batida, e o que é alheio parece caber bem em nosso desejo de ser sempre além do que se é. Ou talvez nada disso tenha valia, e na realidade simplesmente compartilhamos dos mesmos sentimentos, apenas os disfarçamos com outros nomes... cada um individualiza-o para se sentir único... mas no fundo... como o Heráclito alega(2005:71) "Aucutando não a mim mas o Logos, é sábio concordar que tudo é um"... e completando com o que Kátia Rose Pinto nos diz no texto "intervalo do repouso" podemos ver que a condição de ser igual, não nos impossibilita de ser diferente. Para esclarecer, tudo isso é como o homem que hoje vive os seus trinta anos, ele é diferente do menino da sua infância, mas não deixa de ser o mesmo indivíduo. Por isso a arte que revela a alma de outrem nos toca, porque compartilhamos das mesmas capacidades de sentir, as nossas realizações é que nos diferenciam.

Danae é beleza sublime como o sono que a desvela. Danae não é erótica nem sacra, é humana. Mas pergunto o que me leva a ela. Entre milhares de bustos, desenhos e pinturas, por que eleger Danae para ser debatida aqui. Onde estam as necessidades humanas, cadê a pele crua, a ferida, os dilemas... por que debater então? Por que não eleger Frida Kahlo, Candido Portinari ou Pablo Picasso?

Não cabe responder... a busca por utilidade só leva a trabalho inútil, o bom debate é aquele de alma, confronto de corpos... luta da mente contra mente. Porque sejamos francos... quem irá se importar com o mundo lá fora, disputas, ou guerras quando se tem Danae nos braços, nua em seu leito dos olhos.

domingo, 29 de julho de 2007

Poética em Cena



... Primeira postagem...



Planejar um bom começo...

hummm....


Bom... deixa eu ver....