“Escrevo porque à medida que escrevo vou me entendendo e entendendo o que quero dizer, entendendo o que posso fazer. Escrevo porque sinto necessidade de aprofundar as coisas, de vê-las como realmente são...”
She May be the face I can’t forget The trace of pleasure or regret May be my treasure or the price I have to pay
She May be the song that summer sings May be the chill that autumn brings May be a hundred different things Within the measure of a day
She May be the beauty or the beast May be the famine or the feast May turn each day into a heaven or a hell
She may be the mirror of my dreams The smile reflected in a stream She may not be what she may seem Inside her shell
She Who always seems so happy in a crowd Whose eyes can be so private and so proud No one’s allowed to see them when they cry
She May be the love that cannot hope to last May come to me from shadows of the past That I’ll remember till the day I die
She May be the reason I survive The why and wherefore I’m alive The one I’ll care for through the rough in ready years
Me I’ll take her laughter and her tears And make them all my souvenirs For where she goes I’ve got to be The meaning of my life is
She She, oh she
sexta-feira, 3 de agosto de 2007
(Barbara Maciel Campos)
Sedução em Vermelho
A magia do vermelho é questão que trás a tona as contradições e opiniões mais peculiares... o que poderia transpor o clássico e até o mais vulgar sem ao menos modificar em si uma única nuance? O Vermelho é paradoxal até mesmo em sua essência. Como uma cor consegue apalpar duas extremidades distintas e opostas... como ser primária e secundária ao mesmo tempo?
Talvez por essa essência sempre se encontra em duelo com conceitos e símbolos que suscita. Por uma lado se mistura com o sacro, sendo muito usada nos ritos católicos na analogia ao sangue de cristo e a todos os mártires, além de ser a cor do manto de Jesus, ao mesmo tempo é quase uma identificação do mal e do pecado, cor que é associada a inveja, luxúria, e ao próprio inferno.
Até mesmo historicamente é dado ao vermelho uma conotação que se subdivide de maneira não menos importante . Na antiga União Soviética, foi criado por Trotsky dos Bolcheviques o “Exército Vermelho dos Trabalhadores e Camponeses”, o famosos Exército Vermelho, para defender o país durante a guerra civil russa. Seu nome é uma associação ao sangue derramado pelos operários contra o capitalismo.
No Brasil o “vermelho” também não é deixado de lado na nomeação de significativa organização, porém talvez em simbolismo menos nobre. O Comando Vermelho é uma das mais famosas facções criminosas do país. Batizada e composta por presos do Rio de Janeiro, encarcerados do Instituto Penal Cândido Mendes, o famosos “Caldeirão do Diabo”, e é por esse mesmo Caldeirão do Diabo que assim ficou conhecida essa comunidade carcerária, ora pelos maus-tratos sofridos pelos presos ora pela vontade de sangue e de vingança dos mesmos.
A atmosfera que o vermelho trás a tona é indiscutivelmente cheia de força, vida e violência, mas sobre tudo sedução. O vermelho sempre foi sinônimo de exaltação, excesso e desejo. É uma cor quente, seja pelo fogo vermelho ou pelo vinho tinto, conduz a uma atmosfera sensual. A natureza colabora para esse clima, seja na cor de um morango, de uma cereja ou de uma maça todas elas frutas de beleza sedutora e relacionadas de maneira muito particular no nosso inconsciente.
O vermelho transita em uma linha tênue entre o devastador, como a lava de um vulcão, ao singelo, como o amor que se estabelece simbolicamente no coração. E é essa dualidade que permite a sua excelência em criar figuras lúdicas ao nosso inconsciente. Conceitos não só incorporados simplesmente a cultura ocidental, mas a nossa capacidade de sentir e desejar. Porque vermelho nada mais é do que a sedução, desejo de domar os dois lados opostos do ser, que são transgressão e redenção.