quinta-feira, 30 de agosto de 2007



“Escrevo porque à medida que escrevo vou me entendendo e entendendo o que quero dizer, entendendo o que posso fazer. Escrevo porque sinto necessidade de aprofundar as coisas, de vê-las como realmente são...”
(Clarice Lispector)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

She

She
May be the face I can’t forget
The trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price

I have to pay

She
May be the song that summer sings
May be the chill that autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day

She
May be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell



She
may be the mirror of my dreams
The smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She
Who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so private and so proud
No one’s allowed to see them when they cry

She
May be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
That I’ll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I’m alive
The one I’ll care for through

the rough in ready years

Me
I’ll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I’ve got to be
The meaning of my life is

She
She, oh she

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

(Barbara Maciel Campos)


Sedução em Vermelho


A magia do vermelho é questão que trás a tona as contradições e opiniões mais peculiares... o que poderia transpor o clássico e até o mais vulgar sem ao menos modificar em si uma única nuance? O Vermelho é paradoxal até mesmo em sua essência. Como uma cor consegue apalpar duas extremidades distintas e opostas... como ser primária e secundária ao mesmo tempo?


Talvez por essa essência sempre se encontra em duelo com conceitos e símbolos que suscita. Por uma lado se mistura com o sacro, sendo muito usada nos ritos católicos na analogia ao sangue de cristo e a todos os mártires, além de ser a cor do manto de Jesus, ao mesmo tempo é quase uma identificação do mal e do pecado, cor que é associada a inveja, luxúria, e ao próprio inferno.


Até mesmo historicamente é dado ao vermelho uma conotação que se subdivide de maneira não menos importante . Na antiga União Soviética, foi criado por Trotsky dos Bolcheviques o “Exército Vermelho dos Trabalhadores e Camponeses”, o famosos Exército Vermelho, para defender o país durante a guerra civil russa. Seu nome é uma associação ao sangue derramado pelos operários contra o capitalismo.


No Brasil o “vermelho” também não é deixado de lado na nomeação de significativa organização, porém talvez em simbolismo menos nobre. O Comando Vermelho é uma das mais famosas facções criminosas do país. Batizada e composta por presos do Rio de Janeiro, encarcerados do Instituto Penal Cândido Mendes, o famosos “Caldeirão do Diabo”, e é por esse mesmo Caldeirão do Diabo que assim ficou conhecida essa comunidade carcerária, ora pelos maus-tratos sofridos pelos presos ora pela vontade de sangue e de vingança dos mesmos.

A atmosfera que o vermelho trás a tona é indiscutivelmente cheia de força, vida e violência, mas sobre tudo sedução. O vermelho sempre foi sinônimo de exaltação, excesso e desejo. É uma cor quente, seja pelo fogo vermelho ou pelo vinho tinto, conduz a uma atmosfera sensual. A natureza colabora para esse clima, seja na cor de um morango, de uma cereja ou de uma maça todas elas frutas de beleza sedutora e relacionadas de maneira muito particular no nosso inconsciente.


O vermelho transita em uma linha tênue entre o devastador, como a lava de um vulcão, ao singelo, como o amor que se estabelece simbolicamente no coração. E é essa dualidade que permite a sua excelência em criar figuras lúdicas ao nosso inconsciente. Conceitos não só incorporados simplesmente a cultura ocidental, mas a nossa capacidade de sentir e desejar. Porque vermelho nada mais é do que a sedução, desejo de domar os dois lados opostos do ser, que são transgressão e redenção.

terça-feira, 31 de julho de 2007





(Barbara Maciel Campos)


Perto do Coração Selvagem


Clarice Lispector




Hoje terminei mais um livro de Clarice, "Perto do Coração Selvagem" foi o seu primeiro livro, escrito quando ainda era estudante da faculdade nacional de direito, em 1944, quando tinha dezessete anos.

Antes de me aventurar nessa leitura, quase que inconcientimente, pensei : bom... esse foi o começo de um gênio da literatura, não posso fazer uma leitura branda, é necessário criar em mim uma análise crítica para realmente fazer uma boa comparação com os outros livros da autora até então lindos por mim , "Uma aprendizagem ou livro dos prazeres"; "A via crucis do corpo" e "laços de família".
.
Ledo engano, de nada valia criar paralelos entre personagens, colocar Lori diante de Joana, muito menos Otávio perante Ulisses. Dentre as obras o que fica é a Magma Linguagem de Clarice. Um sutil deleite de raciocínio e sonoridade, uma expressividade que transfigura o traço de menor relevo, o movimento mais vulgar em singularidade. Ela coloca a analise psicológica no centro de todos os seus enredos, não basta as mudanças externas e práticas, o ponto ápice sempre está contido na analise psicológica. O mundo corre e gira, mas só muda na particularidade da mudança do indivíduo.

segunda-feira, 30 de julho de 2007


(Barbara Maciel Campos)

Gustav Klimt - Danae
Uma mulher retratada por um homem, o que tem essa pintura de extraordinário?... Mais um quadro de gustav Klimt,... mais uma musa, mais um busto a mostra... porém o que a torna tão atraente, seus traços tão significativos, suas cores em catarse? Como pode me agradar tanto se dela escapam meus preceitos de beleza, se fogem as temáticas que zelo preservar. Onde está o "Que recolhe todo sentimento/ E bota no corpo uma outra vez " como diz a música de Chico Buarque. O que nego me parece tão familiar, e é essa a questão.

Na realidade, versos são deslumbres, como pinceladas em tela batida, e o que é alheio parece caber bem em nosso desejo de ser sempre além do que se é. Ou talvez nada disso tenha valia, e na realidade simplesmente compartilhamos dos mesmos sentimentos, apenas os disfarçamos com outros nomes... cada um individualiza-o para se sentir único... mas no fundo... como o Heráclito alega(2005:71) "Aucutando não a mim mas o Logos, é sábio concordar que tudo é um"... e completando com o que Kátia Rose Pinto nos diz no texto "intervalo do repouso" podemos ver que a condição de ser igual, não nos impossibilita de ser diferente. Para esclarecer, tudo isso é como o homem que hoje vive os seus trinta anos, ele é diferente do menino da sua infância, mas não deixa de ser o mesmo indivíduo. Por isso a arte que revela a alma de outrem nos toca, porque compartilhamos das mesmas capacidades de sentir, as nossas realizações é que nos diferenciam.

Danae é beleza sublime como o sono que a desvela. Danae não é erótica nem sacra, é humana. Mas pergunto o que me leva a ela. Entre milhares de bustos, desenhos e pinturas, por que eleger Danae para ser debatida aqui. Onde estam as necessidades humanas, cadê a pele crua, a ferida, os dilemas... por que debater então? Por que não eleger Frida Kahlo, Candido Portinari ou Pablo Picasso?

Não cabe responder... a busca por utilidade só leva a trabalho inútil, o bom debate é aquele de alma, confronto de corpos... luta da mente contra mente. Porque sejamos francos... quem irá se importar com o mundo lá fora, disputas, ou guerras quando se tem Danae nos braços, nua em seu leito dos olhos.

domingo, 29 de julho de 2007

Poética em Cena



... Primeira postagem...



Planejar um bom começo...

hummm....


Bom... deixa eu ver....